quinta-feira, 24 de março de 2011

Pensamento Mítico

Você já tentou imaginar as dificuldades do homem antigo para explicar eventos da natureza, como noite, chuva e fogo; ou atitudes e sentimentos humanos, como violência, guerra, medo e amor? Em diferentes civilizações, as primeiras buscas de respostas convincentes resultaram no surgimento de mitos. Sua função era explicar o mundo, construindo um saber que permitisse ao homem um pouco mais de poder e controle sobre as coisas á sua volta.
O mundo contemporâneo também possui os seus mitos, por exemplo, algumas celebridades, muitas vezes, criadas e impostas pela mídia (veículos de comunicação) como modelos para o modo de ser e viver das pessoas. Os mitos da Antiguidade, dos quais os gregos são os mais conhecidos, não eram pessoas, mas personagens de narrativas espontâneas que procuravam dar sentido ao mundo e á existência do homem. Por meio de figuras fantásticas, deuses e heróis, o homem tentava compreender os mistérios que o cercavam: o mundo divino ou heróico servia de modelo para o mundo humano. O pensamento mítico teve uma longa duração e, ainda hoje, ajuda a revelar a história de importantes civilizações.
Questionamentos, hipóteses e mitos antigos constituem etapas da construção histórica do pensamento e do raciocínio do homem, sendo, por isso, válidos e importantes. No entanto, há vários séculos, na Grécia, os primeiros filósofos consideraram imaginativas e insatisfatórias as explicações míticas da realidade. Por isso buscaram um novo tipo de conhecimento que pudesse ser explicado e compreendido exclusivamente pela razão humana.
Isso não quer dizer que os mitos devam ser tratados negativamente. Algumas pessoas acreditam que eles são explicações mentirosas ou desenvolvidas com objetivo de enganar, mas é importante evitar preconceitos. Afinal, muitas vezes, o mito pode ser a única explicação possível, devido ás condições de análise disponíveis, á falta de possibilidades técnicas de estudo ou á falta de conhecimento das causas e efeitos de um evento ou fenômeno.
Sendo assim, a maneira mítica de ver, entender, explicar ou sentir o mundo não deve ser encarada como algo necessariamente ruim.                    ( Bárbara Oliveira)

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